
Na sua declaração política apresentada a 23 de Abril de 2025 pela Vice-Presidente Navita Ngolo, o Grupo Parlamentar da UNITA fez um balanço crítico dos primeiros 100 dias da jornada nacional de reflexão dos 50 anos de Independência de Angola, alertando para uma nova era global marcada pela instabilidade geopolítica e fragilidade das instituições internacionais.
A UNITA denunciou que, internamente, direitos como a vida, liberdade, igualdade, justiça independente, verdade eleitoral e a inclusão foram retirados da agenda da governação do Presidente da República, colocando em causa os fundamentos da democracia e da soberania popular.
A Assembleia Nacional foi criticada por ter deixado de ser um espaço de defesa da democracia para se transformar num “fórum de lavagem da impunidade e da improbidade”, com leis que favorecem a instabilidade e descredibilizam as instituições republicanas.
Navita Ngolo questionou os parlamentares e o povo angolano:
- Vamos permitir que a imprensa pública continue a distorcer a história, ou devolver a liberdade aos jornalistas?
- Vamos usar a justiça e a segurança para perseguições, ou garantir valores de Estado?
- Vamos aceitar processos eleitorais fraudulentos, ou respeitar a vontade soberana do povo?
- Vamos continuar a priorizar agendas partidárias ou abraçar uma agenda de País?
A UNITA defendeu que a verdadeira independência ainda não foi construída, pois “são as pessoas, e não o território, que precisam de se libertar” – através da educação, da liberdade de pensamento e do domínio das tecnologias. Para isso, propõe-se uma reestruturação profunda dos sistemas de educação, produção, distribuição, do sistema político, económico e financeiro, com foco no desenvolvimento humano.
Na agenda de reconciliação, o destaque foi para a província de Cabinda, onde a UNITA anunciou ter submetido um Projecto de Resolução à Assembleia Nacional, recomendando ao Presidente da República a cessação imediata das hostilidades e o início de um diálogo sério e abrangente para alcançar a paz duradoura.
A declaração conclui com uma poderosa reflexão sobre os tipos de líderes, destacando que os verdadeiros líderes são aqueles que sabem quando, o que e como mudar, e termina com um apelo:
“Não adiemos o futuro. O melhor momento é agora!”
A UNITA reafirma o seu compromisso com a construção de uma Angola livre do medo, da fome, da pobreza e da corrupção, baseada na paz, democracia, liberdade, justiça e verdade eleitoral.
Por: Navita Ngolo