A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente o Timor-Leste livre de malária, uma doença que há décadas causava milhares de mortes e comprometia o desenvolvimento daquele país do Sudeste Asiático. Com esta conquista histórica, Timor-Leste tornou-se o 43.º país no mundo a eliminar a malária, e um dos poucos em vias de desenvolvimento a atingir tal feito. Enquanto isso, Angola continua a enfrentar altos índices de infeção e mortalidade provocados pela mesma doença.
Como Timor-Leste Conseguiu?
Apesar de ser um dos países mais pobres da Ásia, com um passado recente de conflito armado, Timor-Leste investiu fortemente na prevenção, diagnóstico e tratamento precoce da malária. Entre as principais estratégias estão:
- Distribuição em massa de mosquiteiros tratados com inseticida;
- Campanhas educativas nas comunidades rurais e urbanas;
- Formação de agentes de saúde comunitários;
- Monitoramento ativo de casos suspeitos e rastreio de focos de transmissão;
- Colaboração eficaz com parceiros internacionais e ONGs.
Segundo a OMS, entre 2006 e 2016, o número de casos caiu mais de 99%, resultado direto de um compromisso político firme e estratégias sustentáveis.
🇦🇴 E Por Que Angola Ainda Não Venceu a Malária?
Em contraste, Angola ainda é um dos países mais afetados pela malária na África Subsaariana, com milhares de mortes todos os anos, sobretudo entre crianças e grávidas. Embora haja programas nacionais e apoio internacional, o progresso tem sido lento e instável. Entre os principais obstáculos estão:
- ❌ Infraestruturas de saúde frágeis, especialmente em zonas rurais;
- ❌ Falta de continuidade nos programas de prevenção;
- ❌ Corrupção e má gestão dos fundos públicos e internacionais;
- ❌ Insuficiência de agentes comunitários de saúde;
- ❌ Falta de campanhas educativas massivas e permanentes;
- ❌ Cobertura irregular da distribuição de mosquiteiros e medicamentos.
Especialistas apontam ainda para a falta de vontade política eficaz e estratégica, aliada à dependência excessiva da ajuda externa, como grandes entraves à erradicação da doença em Angola.
O Que Angola Pode Aprender?
A experiência de Timor-Leste mostra que, mesmo com recursos limitados, é possível vencer a malária com boa gestão, envolvimento comunitário e transparência. A erradicação não é um milagre, mas sim resultado de compromisso, disciplina e planeamento contínuo.
Se Angola quiser seguir o mesmo caminho, será necessário reformular políticas públicas de saúde, combater a corrupção e fortalecer o sistema nacional de vigilância epidemiológica. Sem isso, a malária continuará a ceifar vidas e a travar o desenvolvimento do país.
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