
Em 1989, Omar Bongo Ondimba e seu parente Denis Sassou Nguesso assinaram uma carta endereçada a Sua Majestade, o Rei Hassan II de Marrocos. Nela, os signatários, que se apresentavam como “amigos da República Popular de Angola”, propunham ao monarca marroquino a disponibilização de uma “vila sumptuosa” à beira-mar para acolher o Dr. Jonas Savimbi, “enquanto o Presidente José Eduardo dos Santos pacificava o país”.
A carta concluía com a garantia de que o governo da República Popular de Angola havia reservado a quantia de 10.000.000 (dez milhões de dólares americanos) para assegurar uma “estadia tranquila” a Jonas Savimbi. O portador da missiva foi o Dr. Oquias, antigo assistente de Omar Bongo Ondimba.
Do lado da UNITA, o velho Jonas confiou-me a missão de receber a carta, analisá-la e decidir se valeria ou não a pena empreender a longa viagem de Paris à Jamba para lhe entregar o documento. Após examiná-la, decidi regressar a Paris, e Jonas Savimbi compreendeu que a proposta não tinha relevância.
Por ironia do destino, hoje assistimos a um Bongo exilado em Angola, aguardando apenas o desfecho do “match” que decorre em Brazzaville — já em tempo de compensação.