O recente debate “Economia 100 Makas”, realizado em Luanda, ultrapassou o mero âmbito económico e revelou-se um divisor de águas no discurso político nacional. Em um contexto marcado por silenciamento, intimidação e polarização, este evento lançou luz sobre a crise democrática em Angola e reacendeu a esperança de milhões por uma governação transparente e participativa.
Quando a Verdade Incomoda o Regime
No dia 7 de julho de 2025, o economista Carlos Rosado de Carvalho liderou um dos momentos mais marcantes da política angolana recente. O debate “100 Makas” tornou-se símbolo de resistência cívica, trazendo ao centro do palco o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, num discurso firme, sereno e corajoso.
O Evento Que Mobilizou Angola e a Diáspora
A adesão foi massiva. De norte a sul do país, passando pela diáspora africana, europeia e americana, milhares acompanharam com entusiasmo. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se que o povo foi ouvido.
Quem é Acusado Deve Falar — Não Se Esconder
O momento mais tenso surgiu quando Adalberto denunciou tentativas de alteração constitucional com fins pessoais. A resposta do regime veio em forma de comunicado institucional — e não do Presidente João Lourenço, que foi diretamente citado. Num Estado verdadeiramente democrático, o Chefe de Estado deveria responder ao povo com clareza e frontalidade.
Carlos Rosado Lança o Desafio
Durante o debate, Rosado lançou publicamente um convite ao Presidente da República: que compareça no próximo “100 Makas” e esclareça as acusações. O desafio está lançado. Falta agora coragem política.
Velha Estratégia: Negar em Público, Negociar em Privado
Não é a primeira vez que o regime é acusado de tentar negociar nos bastidores com a oposição, apenas para depois negar em público e atacar adversários. Em 2022, episódios semelhantes já haviam sido denunciados — e novamente abafados com insultos e manobras de distração.
Oposição Sem Voz nos Meios Públicos
A comunicação estatal continua bloqueada para a oposição. TPA, Rádio Nacional, TV Zimbo e Jornal de Angola operam sob comando político, excluindo figuras como Adalberto Costa Júnior. O “100 Makas” tornou-se um dos poucos espaços de liberdade.
Constituição Não É Brinquedo de Poder
A Constituição angolana é clara ao limitar mandatos presidenciais. Tentativas de alterá-la por conveniência pessoal são traições à democracia. E o povo está vigilante, cansado de exemplos negativos vindos de outros países africanos.
Falar Não é Crime — Ameaçar, Sim
As ameaças judiciais contra Adalberto visam intimidar a oposição. Mas falar com coragem e responsabilidade não é crime. O verdadeiro atentado à pátria é calar quem denuncia abusos.
Angola Precisa de Verdade, Não de Ameaças
O país exige explicações — não comunicados nervosos. O povo quer ouvir o Presidente no mesmo espaço onde a verdade foi dita. O microfone está aberto. A democracia agradece.
A liberdade de expressão não pode continuar a ser um luxo em Angola. O que se passou no “100 Makas” deve servir como exemplo — não exceção. É hora de construir um país com base na verdade, no diálogo e na responsabilidade.
Por: Henda Ya Xiyetu
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