A credibilidade do MPLA encontra-se em colapso. O partido que há décadas governa Angola parece ter perdido completamente o rumo e a aceitação popular. Segundo o autor, Raul Diniz, a estrutura política do MPLA está estagnada no tempo e a sua liderança enfrenta uma crise de legitimidade sem precedentes.
Declarações Polêmicas e a Desconexão do Presidente
Durante uma entrevista concedida em Istambul, o Presidente João Lourenço afirmou estar em posição de escolher e indicar o próximo chefe de Estado, ignorando por completo a possibilidade de uma transição democrática e plural. Para muitos, essa postura representa o auge do autoritarismo.
João Lourenço declarou ainda que não aceitaria que “uma pessoa qualquer” assumisse a presidência. O autor responde com ironia: “João Lourenço é, para a maioria dos angolanos, a pessoa qualquer”.
Oposição Cresce Internamente e Externamente
A entrevista revelou também a crescente divisão interna no MPLA. Nomes como Higino Carneiro ganham destaque dentro das alas opostas à liderança atual. Caso o general se afaste de vez da influência de Lourenço, a oposição interna pode ganhar força significativa.
Do lado de fora, a sociedade civil e a UNITA têm mostrado mobilização crescente. As manifestações populares e a pressão pela realização de eleições autárquicas refletem o desgaste do partido no poder.
Autarquias: Um Processo Travado Deliberadamente
Segundo o texto, o maior entrave à realização das autarquias é o próprio João Lourenço. O presidente teria criado novos argumentos para justificar o adiamento das eleições locais, desafiando a lógica e a Constituição, segundo a qual as eleições devem ocorrer em todo o território nacional.
“Se conseguimos realizar eleições gerais em todo o país, por que não utilizar a mesma estrutura para as autárquicas?”, questiona o autor.
Uso da Imprensa Internacional: Reação Desesperada?
O texto acusa o presidente de ter contratado um jornalista estrangeiro para conduzir uma entrevista controlada, evitando encarar jornalistas angolanos como Rosado de Carvalho, que poderiam questioná-lo de forma mais incisiva.
Para o autor, essa atitude revela desespero e uma tentativa de manipular a opinião pública internacional, diante de um colapso evidente de legitimidade.
A atual crise no seio do MPLA pode ser um ponto de viragem para a política angolana. Com uma oposição fortalecida e um presidente cada vez mais isolado, cresce a expectativa por mudanças profundas no cenário nacional.
Por: Raul Diniz
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