
Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, anunciou esta segunda-feira, em Luanda, a construção de 12 pavilhões multiusos nas províncias do país, com prazo de dois anos para a sua conclusão. A iniciativa integra a estratégia de massificação do desporto nacional e pretende criar melhores condições para a prática de basquetebol, andebol, voleibol e futsal.
O anúncio foi feito durante a cerimónia de homenagem à Selecção Nacional de Basquetebol, dodecacampeã do Afrobasket 2025, onde o Chefe de Estado sublinhou a importância da aposta na juventude:
“O investimento em infra-estruturas e na formação da juventude será determinante para que Angola se afirme como uma potência desportiva no continente”, declarou João Lourenço.
Críticas e questionamentos
A decisão do Executivo, porém, surge num contexto de grandes dificuldades sociais, marcado pela alta dos preços, desemprego e insegurança alimentar que afetam milhares de famílias angolanas.
O deputado da UNITA, Nelito Ekuikui, reagiu com críticas à medida, questionando a sua prioridade:
“Senhor Presidente, num contexto de fome extrema em Angola, a construção de 12 pavilhões multiusos pode realmente ser considerada prioridade nacional?”
Entre o desporto e a realidade social
Analistas consideram que a iniciativa poderá impulsionar o desporto de base e criar oportunidades para a juventude, mas alertam que políticas sociais urgentes – como combate à fome, melhoria do sistema de saúde e criação de empregos – não podem ser negligenciadas.
O anúncio abre, assim, um debate sobre o equilíbrio entre o desejo de Angola se afirmar como potência desportiva no continente e a necessidade imediata de respostas sociais para a população.