
O congresso constitutivo do PRA-JA Servir Angola teve um dos seus momentos mais comentados com a presença do político moçambicano Venâncio Mondlane como convidado de honra. A escolha gerou controvérsia, principalmente por declarações recentes do líder do PRA-JA, Abel Chivukuvuku, que há cerca de dois meses criticou duramente Mondlane, atribuindo-lhe responsabilidade moral pelas mortes de manifestantes em Moçambique.
Na ocasião, Chivukuvuku qualificou a atuação de Mondlane como imprudente e aventureira, questionando sua responsabilidade política. A reaproximação, sem explicação pública, levanta questionamentos sobre a coerência das lideranças políticas e a consistência do discurso ético e institucional promovido pelo PRA-JA.
O ativista moçambicano Ganstar chegou a manifestar-se contra a visita de Mondlane a Angola neste contexto, advertência que não foi acolhida.
A presença de Mondlane poderia representar um gesto de diálogo e reconciliação regional, mas, sem um esclarecimento oficial por parte da liderança do PRA-JA, foi interpretada por alguns sectores como uma jogada de conveniência política.
A expectativa de muitos eleitores em torno de uma nova cultura política em Angola inclui transparência, responsabilidade e coerência. A ausência de explicações públicas pode comprometer esse ideal.
Fonte: Pérola das Acácias