Jornalista questiona o distanciamento entre o Presidente e o povo, apontando excesso de controlo e ausência de calor humano durante a visita presidencial.

O jornalista Carlos Alberto partilhou nas suas redes sociais uma análise crítica sobre as imagens da recepção do Presidente João Lourenço e da Primeira-Dama Ana Dias Lourenço na província do Namibe, destacando o que considera ser uma “falsa demonstração de proximidade” entre o Chefe de Estado e os cidadãos.
Segundo o jornalista, embora alguns meios de comunicação tenham descrito a recepção como “calorosa”, o ambiente pareceu-lhe “mais aquecido pelo sol do que pelo entusiasmo popular”. Para Carlos Alberto, a presença de um forte cordão de segurança, que manteve o casal presidencial afastado da população, contraria o discurso de aproximação entre governantes e governados.
“Um Presidente e uma Primeira-Dama a acenarem de longe, cercados por um cordão de segurança mais denso do que o da fronteira com o Congo. Tudo milimetricamente controlado, como se o povo fosse uma ameaça e não o motivo da visita”, escreveu o jornalista.
Carlos Alberto questionou ainda a necessidade de um controlo tão rígido num evento previamente organizado, com cidadãos “revistados e filtrados” antes de se aproximarem do local da recepção. “Qual é afinal o perigo de um simples aperto de mão com quem foi convidado a aplaudir?”, perguntou.
Para o jornalista, o episódio ilustra uma falta de confiança entre o poder e a população, e reflete um modelo de governação que continua distante das realidades do povo. “Se este é o conceito de proximidade, então a distância entre governantes e governados continua a ser o maior problema do país”, concluiu.
Carlos Alberto finaliza o seu ponto de vista lembrando que “uma imagem vale mais do que mil palavras” e que, no caso do Namibe, “a imagem mostrou um país revistado, mas não representado”.
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