
O percurso político de Angola tem sido marcado por profundas transformações desde a conquista da independência em 1975. Em meio a esse trajeto, surge uma reflexão instigante: quem realmente tem moldado — ou travado — o avanço do país ao longo dos últimos 50 anos?
Circula nas redes sociais e em grupos de debate político um texto assinado pelo coletivo Laboratório Ateniense, que propõe uma análise crítica sobre o papel da oposição, com foco particular na União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), mas sem deixar de questionar também a postura de quem exerce o poder.
A seguir, alguns dos principais pontos levantados:
1975: Após a proclamação da independência, houve quem assumisse unilateralmente a liderança do país sem eleições abertas e inclusivas.
1992: No contexto das primeiras eleições multipartidárias, pairaram dúvidas sobre a transparência do processo, com alegações de resistência à recontagem de votos.
Deslocação de eleitores: Observadores e cidadãos têm levantado preocupações sobre práticas eleitorais que podem afetar a integridade do voto, como a mobilidade forçada de eleitores.
Escrutínio local: Um dos pontos discutidos é a importância do apuramento de votos a nível das comunas, municípios e províncias, o que contribuiria para maior transparência.
CNE e modelo eleitoral: A proposta de uma Comissão Nacional Eleitoral mais independente e a separação entre eleições presidenciais e legislativas são temas recorrentes no debate público.
Debates entre candidatos: Especialistas defendem que os debates públicos seriam um passo importante para consolidar a democracia e permitir maior contacto com as propostas dos concorrentes.
O Laboratório Ateniense conclui sua reflexão convidando os académicos e estudiosos a ponderarem esses temas com base em critérios científicos e históricos, promovendo um debate saudável sobre o passado, o presente e o futuro da nação.
Em tempos de grandes desafios e mudanças, a pergunta que ecoa é: quem tem trabalhado para abrir novos caminhos — e quem tem resistido a mudanças estruturais?
Por: Laboratório Ateniense