
A maior parte das pessoas que se apresentam como críticas da UNITA ou de Adalberto Costa Júnior revela, muitas vezes, um profundo desconhecimento sobre o funcionamento dos partidos políticos em Angola. Outras, simplesmente, demonstram não dominar a história política contemporânea do país.
Nas redes sociais, vemos diariamente indivíduos que se dizem “neutros”, mas que na prática dedicam a maior parte do tempo a descredibilizar a oposição. Em muitos casos, essas críticas não resultam de um pensamento político estruturado, mas de emoções, preconceitos e desinformação. A política é reduzida a rivalidades pessoais, e o debate público perde qualidade, transformando-se num campo de insultos e provocações.
Nesses debates, há mais emoção do que razão. Há quem dedique 95% do seu tempo online a atacar a UNITA e 5% a partilhar memes, acreditando que, com isso, está a contribuir para o avanço da consciência nacional. Na verdade, o efeito é o oposto: alimenta-se a ignorância política e perpetua-se a alienação.
Essas pessoas parecem esquecer que Angola é governada, desde a independência, pelo mesmo partido, que mantém o controlo do Estado do topo à base, influenciando praticamente todos os setores, da economia à comunicação social, da justiça à administração pública. Ignorar esta realidade e concentrar toda a crítica sobre a oposição é, no mínimo, um ato de cegueira política.
A oposição, como qualquer força política, tem falhas, mas é parte essencial de um sistema democrático. O papel da UNITA, ao longo dos anos, foi de resistência, fiscalização e pressão democrática, contribuindo para que o país avançasse em termos de liberdade de expressão, debate público e responsabilização política. Sem a oposição, o poder permaneceria absoluto e inquestionável, e isso seria o fim da democracia.
Infelizmente, o nível de literacia política em Angola continua baixo. Muitos falam de política sem nunca terem lido a Constituição, o programa de um partido ou um relatório de governação. E é justamente isso que impede a construção de uma cidadania consciente. Criticar exige conhecimento, e conhecimento exige leitura.
Ler é crescer
É preciso ler mais, estudar mais e compreender melhor a situação do país. Só assim poderemos construir uma crítica séria, responsável e transformadora. O futuro de Angola depende da capacidade de cada cidadão pensar por si mesmo, questionar com base em factos e não em emoções, e defender o interesse coletivo acima de qualquer bandeira partidária.
Angola precisa de mais leitores e menos agitadores digitais. De mais cidadãos informados e menos seguidores cegos. De mais ideias e menos insultos. Só assim poderemos erguer uma Angola verdadeiramente esclarecida, livre e justa.
Por Hitler Samussuku
Redacção: Angola Breaking News
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