
O ambiente político angolano volta a ganhar contornos de polémica em torno do nome de Higino Carneiro, figura histórica do MPLA, que recentemente tem sido apontado por alguns analistas e comentadores como possível candidato à liderança do partido.
Segundo o Activista e observador político Dito Dali, o general reformado tem sido alvo de várias tentativas de associação a grupos externos e polémicas internacionais. Primeiro, chegou a ser insinuada uma suposta ligação ao grupo Wagner, hipótese que não encontrou sustentação. Mais recentemente, surgiram menções a alegados contactos com antigos agentes ligados à CIA, cenário que levanta dúvidas sobre a origem e os interesses por trás dessas acusações.
Para Dali, a questão vai além das acusações e revela fragilidades no seio da liderança política atual. O autor questiona se determinadas atitudes refletem uma estratégia calculada ou sinais de instabilidade política, lembrando que, no passado, processos judiciais envolvendo Carneiro não tiveram seguimento.
Outro ponto levantado pelo analista é a alegada negociação política em torno da participação do antigo Presidente José Eduardo dos Santos em eventos partidários, onde, segundo ele, teria havido entendimentos para arquivar processos contra Higino Carneiro.
Independentemente das opiniões divergentes, Dito Dali conclui que o nome de Higino Carneiro já está colocado no centro da disputa e que, querendo ou não, o general reformado deverá desempenhar um papel relevante no futuro próximo do MPLA.