
O Dia do Herói Nacional, celebrado a 17 de setembro em Angola, volta a gerar debates e reflexões no espaço público. Para muitos cidadãos, a data serve para lembrar a figura do primeiro Presidente da República, Dr. Agostinho Neto, enquanto outros defendem que o país possui diferentes personalidades históricas que também merecem reconhecimento oficial.
Nas redes sociais, o político Adriano Abel Sapinãla partilhou a sua visão crítica, afirmando que a memória de Agostinho Neto é muitas vezes exaltada apenas em momentos oficiais, ao passo que figuras como Jonas Savimbi continuam a ser lembradas por diversos angolanos no seu quotidiano.
Segundo Sapinãla, Angola não deve restringir a sua história a um único herói, mas sim reconhecer a diversidade de líderes e personalidades que marcaram a luta de libertação e o percurso político nacional. Para ele, “branquear a história” significa reduzir o legado coletivo a uma narrativa parcial, o que, em sua opinião, não faz justiça à realidade histórica do país.
O debate em torno da memória nacional não é novo. Académicos, políticos e cidadãos têm defendido que a construção de uma identidade histórica mais inclusiva passa por valorizar diferentes protagonistas, independentemente das suas filiações partidárias.
Assim, o Dia do Herói Nacional continua a ser não apenas uma data comemorativa, mas também um espaço de reflexão sobre a pluralidade da história de Angola e os caminhos para uma reconciliação mais ampla da memória coletiva.